terça-feira, 31 de julho de 2018

A Fada de Caramelo



Uma cor ardente, um toque macio e suave.
O cheiro doce nos envolve sempre com a sua chegada.
O andar é uma melodia silenciosa e atrapalhada.

Da esquerda para direita,
Um barulhinho risca o ar
E a bengala branca examina o espaço.

A gargalhada às vezes explode
energicamente aguda dos lábios.
Morenos em flor, produzem também
sorrisos brilhantes e límpidos.
E tudo isso forma um conjunto
apaixonante de um carisma autêntico.


Ela é a quentura daqueles vulcões
onde as lavas se precipitam escarlates.

Queima.

Contudo, seu tom de voz pode ser tão plácido
quanto às águas da pororoca.

Ela é assim.

Uma criação original.
Formada de lembranças boas
jamais vividas por nenhum outro
e por recordações tristes
que serviram para lapidar a alma radiante.


Ela é tempestade.
Quando a chuva cai copiosamente pelos prédios da cidade
e os afazeres não se resolvem sozinhos,
ela se mescla as gotas invisíveis, caminha por entre as poças,
feliz por sentir na pele a sensação maravilhosa de estar viva.


Na infinita generosidade de oferecer
sua habilidade com as palavras para
consolar as feridas dos corações aflitos dos amigos,
ela é compaixão, amor e gentileza.


Uma fortaleza altamente sensível
de um gosto apurado para tudo quanto é tipo de doce.
Do chocolate a condensados, é a formiga de pele dourada
e cabelo cor de cereja mais faminta que já conheci.


Ela é aprendiz.
Desbravadora de sentimentos.
Também é professora, revelando e explicando
as atitudes dos antepassados que nos custam entrar na mente.


Ela é luz.
Resiste firmemente as adversidades
e opressões de uma sociedade corrompida.


É a personificação de uma metamorfose incrivelmente em curso.
Uma metamorfose de uma eterna menina
para uma sempre poderosa mulher.

Dedicado a Siblya Gomes.

G.Ferreira


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