Ai, que tu feito saudade me invade
E me surra o peito entre as horas
Onde fizeram amor ao vácuo da aurora
Ao respingar em chamas: liberdade!
Ah!... Por onde vagueias ainda amante?
Se nas tocaias das noites, tuas venturas,
Deleitaram em lençóis, com tua quentura,
E as vozes lá foram te chamaram: errante!
E tu já não temias tantas fugas
Que teus olhares sob as luzes do refúgio
Eram fantasmas semi-loucos e impuros
Arrastando paixões, que o teu peito encarcerava.
E tu já me dizias: "Não quero ver-te em prantos
Se um dia te faltar o meu semblante amigo",
Mas aos teus apelos eu não dei ouvidos
E te calastes aos beijos, envoltos em encantos.
Já não ouves meus passos pela alcova
Caçando tua ausência, nas sombras das paredes,
Alvas e quietas, zombando de minha sede
Com um rumor que não se farta e te chama: louca!
Ainda estou por ver chegares de madrugada,
Por detrás dos meus olhos mudos e úmidos
E a nadar sobre o meu corpo, sem rumo
Como que procurando, que eu te chame: amada!
E tu já não apeteces minhas frases de amor,
Já não sorris com a luz do dia na janela
Hoje procuras exílios mais além...
E tu que me dizias: "jamais sinta a minha dor,
Se um dia te faltar a minha imagem bela"
Louvada seja a tua saudade, amém.
de: Fernancy Nery Ribeiro
post by: Amanda Hellsing
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